Quem é que alguma vez, durante a sua vida... não sentiu que lhe tinha sido dada uma segunda oportunidade???
Eu já senti.
No início deste ano, quanto corria sobre carris e a minha felicidade era imensa, algo aconteceu que fez mudar a minha forma despreocupada de ver a vida.
No dia 24 de Fevereiro, 3ª feira de Carnaval, eu fui atropelada.
Nada de grave, uma pequena fratura, uma perna em gesso e algum tempo de imobilização.
Mas nem sempre tudo é tão simples.
Comigo não foi.
Três semanas depois do dito atropelamento, no dia 15 de Março e sem que nada o fizesse prever...DESMAEI.
O meu namorado tentou levar-me para o hospital, mas eu não quis.
Insisti que não era nada e que não havia necessidade de ir ao hospital.
Voltei a desmair uma 2ª vez, mas continuei, teimosa, sem querer ir ao hospital.
No outro dia, depois de muita insistencia dele e de uma amiga, acabei por ir.
Dei entrada no Serviço de Urgência por volta das 14:30, sentia-me meia tonta e nauseada, mas nada fazia prever o que iria acontecer mais tarde.
Estive na sala de espera algum tempo e depois fui encaminhada para a triagem, lá, seguiram os procedimentos normais, medir a tensão arterial, o ritmo cardiaco e os niveis de oxigénio. Mas algo não estava bem, mal viram os meus niveis de oxigénio chamaram uma cadeira de rodas e levaram-me logo para as salas de observação.
Toda aquela pressa era estranha e inesperada para mim. Não fazia ideia do que se estava a passar.
Exames promenorizados, analises de vários tipos e o tempo de espera normal para um serviço de urgencias.
Ao fim de algum tempo chegou uma médica que disse que tinha de fazer mais uma análise especifica, porque tinham ficado com uma dúvida.
OK, toca a fazer a análise.
A análise era feita no pulso, consistia em retirar sangue de uma artéria.
Mas a dita análise não era assim tão simples, era dolorosa e de dificil execução. A primeira médica não conseguiu apesar de ter espetado e esquerafunchado bastante o meu pulso. Veio outra médica, mas também não estava fácil.
Foi de tal forma que acabei por desmaiar outra vez.
Quando acordei estava ligada a monitores, ao oxigénio e já sabiam o resultado da minha análise... Tinha qualquer coisa nos pulmões, que eles desconfiavam o que era mas não tinham certezas.
Resultado... TEM DE SER INTERNADA IMEDIATAMENTE NOS CUIDADOS INTENSIVOS.
Eu fiquei pasma, e ao mesmo tempo desesperada... os meus filhos, o meu namorado, a minha família...
Como é que iria ser?
Mas não havia nada a fazer.
O controle da minha vida já não estava nas minhas mãos.
E assim, sem saber ao certo o que me esperava e o que tinha realmente, dei entrada na UCIP.
(continua)